Meus muito caros amigos, eu estou
muito feliz de acolhê-los aqui, esta noite.
Eu lhes proponho, apenas para entrar
na atmosfera, para começar, por um espaço de Comunhão, apenas para pôr um pouco
de Fogo...
... Comunhão ...
Eu aproveito este momento para um
pequeno conselho.
Seria melhor não ficar muito preso ao
que vocês já vivenciaram.
Seria também preferível não comparar
as suas experiências uns com os outros, a fim de não sobrecarregar a bicicleta
(mental), a fim de não sobrecarregar a memória.
Nós iremos tentar, agora que
KI-RIS-TI está à sua Porta, permitir-lhes acolhê-Lo na Transparência, em meio à
Infância.
Isso significa que vocês devem
esquecer tudo o que vocês pensam saber, tudo o que vocês pensam ter vivido,
vocês devem chegar totalmente novos diante da Porta.
Aliás, será preciso esquecer que
existe uma Porta...
Se houver perguntas em relação ao que
eu acabo de dizer, eu quero ali responder...
Eu aproveito este momento para
compartilhar novamente o Fogo com vocês.
... Comunhão ...
Pergunta: Se nos esforçarmos para
deixar cair os véus, a nossa história, o que nós conhecemos, etc., como vai ser
formulada a pergunta a partir de um estado como este, onde estamos novos?
Eu não compreendo muito bem... A sua
questão, é saber se você terá uma pergunta quando você deixar a bicicleta.
Então, isso é muito simples.
Primeiramente, você deixa a
bicicleta, em seguida, você vê o que acontece.
O problema de vocês, de maneira
geral, é que vocês querem conhecer o final do filme enquanto vocês estão apenas
no início.
Vocês gostariam de saber como se faz
para acolher KI-RIS-TI, para acolher a Luz, antes de acolher a Luz.
Isso não é possível.
Isso lhes foi dito há pouco tempo, eu
creio, pelo Mestre Philippe de Lyon.
Vocês não podem saber o que é a Luz.
Vocês não podem saber o que é acolher
KI-RIS-TI.
Vocês não podem saber o que é
funcionar liberado das bicicletas enquanto vocês não tiverem deixado a
bicicleta, enquanto vocês não tiverem deixado o julgamento.
Este é o problema essencial em meio à
sua humanidade.
Vocês procuram compreender, o tempo
todo, o que vocês estão prestes a viver, ao passo que isso é muito simples:
vocês estão vivendo isso.
E, de repente, o mental vem e cola as
etiquetas: “o que eu vivo agora é muito bom, o que eu vivo agora é a Graça, o
que eu vivo agora é o Absoluto.”.
Mas se vocês colocarem uma etiqueta,
isso não pode ser a Graça, isso não pode ser o Absoluto, isso é um rótulo.
É por isso que eu lhes disse para
evitar comparações, para evitar contar demais o que vocês viviam, o que vocês
tinham vivido.
Não que isso seja muito importante,
simplesmente é que, se vocês ficarem focalizados no que vocês vivenciaram, que
foi muito bonito a um dado momento, vocês ficam impedidos de viver o que existe
agora.
Portanto, para responder à sua
pergunta, descarte isso, você vai vê-lo bem.
Eu gostaria de lembrá-los da
Infância, de lembrá-los de que se vocês quiserem poder acolher o que vocês são
na Verdade, vocês devem olhar como uma criança, vocês devem esquecer o que
vocês sabem.
E isso, isso é muito, muito
complicado para vocês, porque, eventualmente, vocês podem fingir esquecer,
dizendo “isso não é muito importante”, mas o que acontece assim que a Luz vier
encontrá-los, assim que a Luz vier perfurá-los em algum lugar?
Vocês dizem que isso dói, vocês dizem
“como eu posso fazer para que isso não doa?”.
Ou então vocês dizem que vocês
comeram demais, vocês dizem isso ou aquilo, não importa.
Se vocês não viverem o que lhes chega
acolhendo isso, dizendo que isso é assim, que isso está logo aí, se vocês
procurarem as causas e as consequências, vocês irão encontrar em abundância,
mas, no final, isso os fará permanecer em meio à dualidade.
A escolha é de vocês, mas se vocês
quiserem encontrar a Luz, se vocês quiserem viver o Absoluto, vocês devem
primeiramente aceitar desaparecer, nós lhes dissemos e repetimos isso.
Todos os testemunhos das pessoas que
vivenciaram o Absoluto dizem a mesma coisa: isso é muito simples, extremamente
simples.
É tão simples que uma vez instalados
no Absoluto, vocês se perguntam como é possível se perder disso, como é
possível complicar a vida a esse ponto.
Então, isso é quase a preliminar
desta semana para poder acolher o que está chegando.
Porque, se eu lhes perguntar: “quem
quer acolher CRISTO?”, eu acho que todo mundo vai me dizer ‘sim’.
Então, para isso, é muito simples:
comecem acolhendo tudo o que está chegando.
Não dizendo que “isso é a Graça
que faz” ou qualquer outra coisa, simplesmente aceitando o que está aí.
Vocês nada podem viver no Aqui e
Agora que seja diferente do que está chegando.
Ou, melhor dizendo, vocês podem
vivê-lo no sofrimento, ou vocês podem vivê-lo na Leveza.
Cabe a vocês ver o que vocês
preferem.
E se uma grande dor nos colocar em
uma imensa alegria?
Então, aí, é possível que isso seja o
que foi chamado de “mordida do Fogo”.
Em todo caso, se se permanecer no
nível do acolhimento, isso é muito bom: há a dor, há a alegria, isso é
perfeito.
Não há necessariamente que buscar o
que é preciso fazer ou ao que isso corresponde.
Mas eu acho que se o que está vindo
estiver marcado de uma grande dor e de uma grande alegria, naquele momento,
você acolhe, e naquele momento, isso vai bem para você, certo?
Será que poderíamos dizer que acolher
é estar sem pensamentos?
O problema é que os pensamentos,
vocês os têm muitas vezes em grande quantidade.
Se vocês estiverem no acolhimento sem
pensamentos, isso é muito, muito bom.
Eu diria, esse é o acolhimento perfeito.
Mas, sobretudo, o que é preciso, eu
diria, colocar de lado, é o hábito de discriminar, é o hábito de avaliar.
Por exemplo, vocês estão acostumados,
quando há uma dor, a dizer que isso dói, ao passo que nós vimos anteriormente
que com a dor pode ali haver a Alegria, com a dor pode ali haver o Êxtase.
Então, se vocês procurarem
compreender, avaliar a situação, quando há a dor vocês dizem, isso dói, e, de
fato, se vocês se esforçarem para que isso se torne melhor, talvez vocês possam
passar do lado do Êxtase...
Talvez vocês tenham dificuldade de
eliminar o pensamento de “eu sinto dor”, mas será que vocês irão elaborar algo
ao redor deste pensamento, será que vocês irão elaborar o fato de querer
encontrar a causa, o fato de querer compreender o que está acontecendo?
Será que vocês vão querer mudar a
situação?
Ou será que vocês simplesmente irão
dizer “eu sinto dor, e então? O que acontece realmente? O que acontece no
corpo? O que acontece na consciência?”.
Porque, quando vocês sentem dor,
vocês sentem dor em algum lugar.
Há muitas outras partes no seu corpo,
há muitas outras partes na consciência.
É preciso apenas relativizar um
pouco.
De qualquer forma, eu estou muito
contente de termos esta pequena conversa, porque eu vejo que, agora, vocês me
acolhem cada vez melhor, cada vez mais profundamente em cada um de vocês.
E isso, eu agradeço a vocês, isso é
muito bom para mim, isso é muito bom também para vocês.
Então, agora, eu os deixo esta noite.
Recebam todo o meu Amor.
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