...a primeira coisa a destacar, o mais importante, no final, é o
apelo de Maria? É o fato de se comunicar, de encontrar, realmente, as outras
dimensões? O importante está na natureza humana, de querer dialogar, de querer
comunicar-se sobre o que é vivenciado, simplesmente pela alegria de
compartilhar, ou ainda, e esse é muitas vezes o caso, de comparar? Mas, cada um
é diferente, não pode ali haver comparação possível. Há pessoas, e as
experiências são inumeráveis, as descrições e os livros de testemunhos também,
que, sem passar pela Vibração, sem passar pelos mecanismos Vibrais que
correspondem tanto à Kundalini, como aos chakras que se abrem, como
aos encontros nos planos sutis, vivem, contudo, este acesso ao Absoluto.
Então, eu responderei que, aí também, cada um vai viver, à sua maneira,
os processos de interface da consciência que lhes são próprios, mesmo se houver
um quadro comum, mesmo se houver circuitos específicos, mas, ainda uma vez,
tudo isso, em última análise, todas essas manifestações, quaisquer que sejam,
mesmo as mais maravilhosas, quer sejam as viagens no Estado de Ser, quer seja o
encontro com outras esferas dimensionais, em outras dimensões, voltamos sempre
ao essencial. O essencial é reconhecer o que nós somos.
Naturalmente, enquanto nós não tivermos nos reconhecido, existe a
pergunta, um conjunto de perguntas. Por que será que eu vivo isso mais do que
aquilo, por que será que eu ouvi o apelo de Maria, ou, por que será que eu não
ouvi o apelo de Maria. A culpabilidade apenas virá, sempre, do ego. Lembrem-se
de que a maior chave, naquele nível, é realmente a Humildade, mas não a
humildade nas condutas da vida comum, mas a Humildade no sentido mais nobre, ou
seja, conceber-se como o menor, aqui embaixo, mas, ao mesmo tempo, e isso
implica nisso, em ser tudo em todas as dimensões e, portanto, a expressão será,
acima de tudo, a Paz e a Alegria. Esta espécie de equanimidade que faz com que,
sejam quais forem as circunstâncias deste corpo, a idade, a condição física, o
pensamento, seja o que for que tivermos que reagir na vida comum, a consciência
não possa mais viver isso da mesma maneira. Não há mais implicação, não há mais
reação, há simplesmente participação no que é considerado como um jogo, que
começou um dia e que irá terminar num outro dia.
Mas a Eternidade não está absolutamente interessada pelo início nem pelo
fim. Então, ao invés de se sentirem culpados pelo fato de não terem vivenciado
o apelo de Maria, de uma Estrela, ou de qualquer coisa, ou de qualquer outra
coisa, tentem observar mais o que se desenrola quando justamente vocês
abandonam a culpa, a ideia de estarem atrasados, o pensamento de não mais ali
chegarem, porque todas as ideias, todos os pensamentos apenas poderão vir, em
última análise, do que é limitado. Mudar de ponto de vista, aí também, não é
simplesmente uma mudança de ponto de vista de ideia ou de pensamento, mas é
realmente aceitar um outro posicionamento da consciência, que é natural, uma
vez mais, que é espontâneo, de deixar viver as manifestações, ou as não
manifestações, quer sejam de outros seres, ou de outras dimensões, quer seja
isso sobre o que a atenção devia ser levada durante certo tempo. E encontramos
a mesma coisa em todos os Yoga, seja no Yoga do som, seja no Yoga da respiração,
seja nas diferentes formas de Yoga, desde os mais antigos até os mais recentes.
O único objetivo dos exercícios, das práticas, é o de fazer desaparecer
o exercício e a prática. Jamais considerar isso como uma finalidade, mas como
um meio, uma ferramenta, tão ilusória como o que é efêmero, mas que permite
aproximar-se dessas reversões onde o ponto de vista se estabelece em outros
lugares, onde o ponto de vista não fica mais limitado à nossa história,
superando amplamente o contexto da história da vida neste mundo, a fim de
penetrar em plena alma, em plena consciência, na esfera do Espírito que é
Dança, Silêncio, evidência e, sobretudo, magnificência. Mas, é o mais difícil,
certamente, porque isso não é explicável com as palavras, podemos dar a
tradução dos sintomas, dos sinais, o Fogo do Coração, o despertar da Kundalini,
a Coroa Radiante, a Onda da Vida. Mas, o mais importante é, aí também,
tornar-se isso. Assim que isso for notado, assim que isso tiver nascido, e
mesmo se isso ainda não tiver nascido, tentem desaparecer, não como uma vontade
de negação deste mundo, ou de abandono deste mundo, porque, ainda uma vez, não
há nada nem ninguém a abandonar, exceto nós mesmos. E para isso, é preciso
efetivamente estar no acolhimento, na Humildade, na Transparência e, em última
análise, nesta espécie de vacuidade onde se encontra o Todo que nós somos.
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