Na semana passada, eu acordei durante a noite com a minha cama e o meu corpo tremendo muito. Eu pensei que era um terremoto. Eu fiquei com muito medo. Poderia explicar o que isso significa? Era um tipo de vibração?
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Os mecanismos de tremores ou de Vibrações, que podem por vezes ocorrer à
noite, têm diversas origens, se excluirmos, é claro, os tremores de terra e as
causas exteriores. É preciso já saber que todas as pessoas que vivem
experiências fora do corpo, o que chamamos de ‘out of body experience’,
descrevem, no momento do retorno, essa sensação de estar comprimida, de estar
apertada, por vezes com Vibrações intensas, acompanhadas de sons ou não, que
podem dar a impressão, efetivamente, de que a cama treme, ou não.
Existem também mecanismos, ocorrendo nesse momento, onde os afluxos da
Luz Adamantina, da Radiação do Ultravioleta, da Radiação d’A FONTE, são
efetivamente muito fortes durante a noite, em todo caso, na posição deitada.
Trata-se provavelmente de um desses processos, sem poder lhe dizer qual desses
dois processos estaria envolvido.
Por outro lado, eu insisto neste conceito de “eu tenho muito medo”. De
fato, durante o sono, ou se estivermos despertos, é preciso compreender que,
assim que abrimos os olhos (exceto se o Absoluto já estiver presente e revelado
de algum modo, já que ele sempre esteve aí), o que se revela é aquilo que
estava adormecido, ou seja, o ego-mental-personalidade que, evidentemente, nas
primeiras vezes, está sujeito a este conceito de medo do Desconhecido porque,
justamente, isso não tem explicação. A melhor coisa, talvez, para sugerir a
você e aos outros, é que, quando esse processo acontecer pela primeira vez, o
mais importante, naquele momento, é não buscar a explicação, exceto se, é
claro, for um tremor de terra que esteja acontecendo. Permanecendo no processo
Interior, aí também, há algo que parece bastante eficaz e que é para se colocar
na posição do observador, que vai observar, de alguma forma, este medo que se expressa
pelo ego-mental-personalidade-corpo, mas que não tem substrato. Isso é quase,
se vocês quiserem, como para a Onda da Vida quando, a um dado momento, o
observador terminou de observar essas manifestações Vibratórias, que partem dos
pés e por vezes do sacro. O importante é distanciar-se, não para se separar,
não para negá-lo, mas, bem mais, para adotar um outro olhar onde cessamos de
observar o que acontece neste corpo ou na periferia deste corpo, a fim de
tornar-se si mesmo este estado Vibratório, esta Dança Vibratória, como diria
OSHO, esta Onda da Vida, este Charan Amrita, como dizia
Nisargadatta, que não é um objetivo em si, obviamente.
Uma imagem que eu poderia lhes dar, ainda mais específica, é como se
houvesse uma aproximação, uma justaposição, de duas Entidades, aparentes, que
começam a entrar em Ressonância, em Comunhão. Isso é preliminar, eu lembro a
vocês, conosco também e não unicamente com os outros Irmãos e Irmãs ou com o
Sol, antes da Dissolução. Ou seja, quando há uma ressonância que se cria no
ego-mental que sente medo, como você o descreve nesse processo, é preciso
compreender que é algo que se aproxima de vocês. Esta aproximação é uma
aproximação das Dimensões da Eternidade da nossa dimensão efêmera do
corpo-mental-personalidade. Dessa aproximação, que irá se tornar um Encontro,
evidentemente, vai nascer uma espécie de Alquimia onde a consciência irá viver
esse famoso ‘Switch’, esse famoso Basculamento, este famoso Clique que vai
permitir, no espaço de um instante (a partir do momento em que vocês tiverem se
distanciado do medo, e se distanciado até mesmo do processo que é ainda
vivenciado e sentido), colocá-los em um estado de coincidência. Ou seja, da
justaposição de algum modo perfeita, chegando sob diferentes formas, quer seja
no Canal Mariano, quer seja na Onda da Vida, quer seja pelo Despertar da Kundalini,
quer seja, até mesmo, por um sentimento de Vazio que contrasta com a Alegria
posterior que resulta disso.
Isso é, acima de tudo, deixar Trabalhar. É aqui que se situa esse famoso
nada fazer (não intervir), colocando-se, posicionando-se si mesmo em meio ao
Ser. Ou seja, em meio a algo que é ao mesmo tempo o observador, mas que
ultrapassa o observador. Esse é o conceito de “sacrifício”, sacrifício da
testemunha, sacrifício do observador, sacrifício de tudo o que não é esta
Eternidade. Há outros momentos que são adequados para isso, mas, esses, nós
próprios os escolhemos, quer seja uma meditação, como um satsang, como um
encontro com os intervenientes de outros planos Dimensionais. De qualquer modo,
é preciso compreender que há, nesse momento, de maneira cada vez mais
perceptível, cada vez mais nítida, para muitos, esta Aproximação da
Multidimensionalidade. Ou seja, da Eternidade que vem irromper no nosso
conhecido, no nosso ego-corpo-mental-personalidade. Esta irrupção, é claro,
como um salto no Desconhecido, vai, em um primeiro momento, desencadear
mecanismos de reflexo de sobrevida do ego-corpo-mental-personalidade, que
projeta e que secreta, real e concretamente, os hormônios do medo (que estão
ligados à noradrenalina, à adrenalina, a tudo o que está situado no cérebro
reptiliano, à serotonina, é óbvio), um conjunto de neurotransmissores que vão
inundar o corpo e o cérebro de uma sensação de mudança. Ora, o corpo, o mental,
o ego, a personalidade, gostam muito deste conceito de linearidade, deste
conceito de controle.
Mas, justamente, nesse processo de irrupção do Desconhecido em meio ao
sono, ou em meio a uma meditação, há muitas vezes esse reflexo de se conter, de
não se soltar, e então de não se Abandonar, que vem criar e manter este medo,
que vem criar e manter uma falsa distância. Aí, eu falo de uma verdadeira
distância para colocar entre esse processo, a Eternidade, o encontro
Multidimensional (quer seja com MARIA, com um Vegaliano, com Si-mesmo, com o
Sol, com tudo o que pertence à Eternidade), que dá, às vezes, uma impressão de
dificuldade. Este primeiro encontro aconteceu para muitos. Ele irá acontecer
para um número cada vez maior de pessoas e de indivíduos sobre esta Terra. Basta
olhar a quantidade de locais onde as pessoas se comunicam entre elas, quer seja
na internet, quer seja nos Estados Unidos ou em outros lugares. Há uma multidão
impressionante de pessoas que vivem fenômenos elétricos nas pernas, zumbido nos
ouvidos, percepções magnéticas que estão ligadas à Liberação da Terra e do Sol,
como foi dito, desde algum tempo. Mas essas pessoas não têm a informação, é
claro, e ao invés de nada fazer (de não intervir), elas entram em um mecanismo
de compreensão, de elucidação, a fim de relatar isso ao seu conhecido, a uma
experiência ou a um saber, a um conhecimento. Esse é um erro que não deve ser
cometido porque, deixar instalar esse processo, esse famoso Abandono à Luz,
necessita, naqueles momentos, e especialmente naqueles momentos, de uma espécie
de silêncio, interior como exterior, de uma espécie de rendição onde a cabeça,
o mental, nada deve fazer, onde somente o Coração, o Núcleo do Ser Eterno, está
implicado.
Saber disso já é de uma grande ajuda, ou seja, a informação anterior à
manifestação (e, aliás, esse foi também o objetivo dos ensinamentos a um
século, tanto através das canalizações como através do quase renascimento do
que chamamos de Advaita Vedanta, ou seja, a doutrina da
Não-Dualidade que foi transmitida por Shankara no século VIII) nos dá a
explicação antes da vivência. Isso é efetivamente um alívio para quem leu as
explicações, mas que não vive isso, porque ele está informado sobre o momento
em que isso pode ocorrer. Convém a ele não interferir, quer seja pelo medo
secretado por alguns chakras, pelas suprarrenais, pelo cérebro, mas, sim, em
deixar seguir, em nada fazer (não intervir), a fim de entrar mais facilmente no
Ser. É efetivamente o que acontece hoje para muitos Irmãos e Irmãs, para muitas
pessoas sobre a Terra. O que era um processo, nos anos 80 e 90, extremamente
limitado quanto ao número de pessoas, torna-se hoje cada vez mais importante,
intenso, envolvendo um número sempre maior de pessoas. Portanto, a explicação,
se vocês gostarem de fazer o jogo, com a personalidade, será preciso ali pensar
depois da experiência, mas não antes da experiência.
A única informação para reter (na condição de que isso não seja um
tremor de terra e, então, um mecanismo exterior) é que, quando desse processo
de Vibração, de tremores, de eletricidade, de formigamento (os sintomas são
inumeráveis, particularmente quando eles ocorrem durante a noite e nos momentos
de meditação), não procurem compreender, “deixem acontecer” pela Eternidade.
Deixem colocá-los em Ressonância. Vocês nada têm que fazer! Depois vocês sempre
poderão discorrer sobre o significado de tal processo ou de tal processo,
porque não há melhor maneira de parar um processo Vibral do que ali interferir.
Então, é claro, houve tempos (isso, aliás, será objeto de uma outra pergunta),
houve momentos em que era preciso justamente se concentrar, focar a Atenção, a
Intenção, bem além da simples vontade, nos processos que estavam acontecendo no
nível da fixação desta Eternidade em meio ao efêmero (ou, se vocês preferirem, do
Corpo de Estado de Ser em meio aos corpos sutis, densos, deste mundo) para
entrar em Ressonância, em sintonia, em Alquimia, e encontrar o nosso Corpo de
Estado de Ser e a Eternidade. Hoje, quanto mais os anos passarem, mais esse
processo assume uma importância imensa no nível da consciência, e mais convém
nada fazer (não intervir) a fim de Ser. Gradualmente e à medida disso, vocês
irão constatar que o medo faz parte de qualquer manifestação de um ser humano
quando ele encontra o Desconhecido.
Mesmo isso sendo um encontro, por exemplo, como quando vocês encontram
alguém que vocês não veem há 20 anos, há uma emoção que aflora, mesmo se ela
não for assimilável ao medo, mas à alegria, a alegria da personalidade, são
exatamente os mesmos mecanismos que se põem em funcionamento. Eles visam criar,
isso que é perfeitamente conhecido, aliás, o que chamamos de síndrome geral de
adaptação, ou, se vocês preferirem, o estresse frente a uma situação nova. O
complexo corpo-ego-personalidade reage tentando se adaptar a este desconhecido
que está se manifestando. Isso vale para a vida cotidiana, naturalmente. Se
vocês virem um leão vindo em sua direção e se vocês não estiverem armados,
logicamente que vocês têm vontade de correr. Se vocês virem um ancião amoroso,
que chega até vocês com os braços abertos, vocês têm, de preferência, vontade
de correr para ele. Mas, tudo isso, são apenas reflexos condicionados que
participam da manutenção da vida do complexo inferior. Isso é perfeitamente
conhecido na fisiologia humana. É o que chamamos de síndrome geral de adaptação
ou, mais classicamente, na linguagem atual, de estresse. O estresse está sempre
associado ao encontro com algo de novo, porque algo de novo, ou de
desconhecido, necessita de um reequilíbrio do corpo em um novo estado.
Então, nesse mecanismo de aprendizagem, isso não é exatamente como a
história do leão ou do ancião amoroso, mas, realmente, é algo que é
desconhecido e que necessita de aceitar a ideia de que esse processo é apenas o
Encontro com a nossa Eternidade, ou com um ser Multidimensional (isso é
exatamente a mesma coisa). O importante é vivê-lo. O importante não é ser
freado por essas emoções que afloram, não é ser freado por essa necessidade de
conceituar. Vivam primeiramente a experiência. Contentem-se em serem
observadores e, se vocês forem capazes, distanciem-se até mesmo deste
observador, para desaparecer, a fim de deixar aparecer o que é Eterno. É a
Revelação do Si. É a Revelação da Presença. É a Revelação da Infinita Presença,
da Última Presença, assim como do Absoluto. O Clique, o Basculamento, o
‘Switch’ da consciência, apenas pode ser realizado, completa e eficazmente,
nesse sacrifício ou nessa renúncia à identidade efêmera, ao mental efêmero, às
emoções efêmeras. A partir do momento em que vocês aquiescerem a esta verdade,
não há qualquer razão para que isso não ocorra. Não há mais necessidade, eu
creio, exceto para alguns, de praticar os inúmeros protocolos, de meditar em um
objetivo específico. Naturalmente, ninguém ali escapa, mesmo eu.
Em determinados dias, nesses momentos de intensas Vibrações, vão se
apresentar a vocês emoções, vão se apresentar a vocês, às vezes, imagens,
reminiscências de tudo o que estava latente no nível do complexo inferior e que
se esvazia desta maneira. Aí também, não deem importância ali, sobretudo nesse
momento. Vejam-nas passar. Vejam-nas nascer e viver. É a melhor maneira de ali
não dar peso, de ali não dar atenção, de situar-se em uma espécie de
neutralidade. Aí também, não é questão de lutar, porque ao que vocês resistirem,
isso vai se reforçar, é claro, na lei da ação-reação, mas de passar na Ação da
Graça. A Ação da Graça é exatamente o nascimento do Néctar do Senhor que
começou, para alguns, há um ano, para outros, bem antes disso. É esta subida da
Onda da Vida que foi perfeitamente descrita por Nisargadatta e que está
descrita no Tantra da Caxemira, no Shivaísmo. É realmente aí que se encontra a
chave da Liberação. Liberação, eu lembro a vocês, que sempre esteve aí.
Simplesmente, o complexo inferior não quer isso, no sentido de ‘não vivê-lo’. A
melhor forma de vivê-lo é ver o que acontece, sem emoção, a partir do momento
em que vocês assumirem o hábito de não deixar essas emoções invadi-los, mas de
aceitar vê-las. Não é questão de recusá-las ou de negá-las.
É o que acontece quando há ressurgimento de lembranças do passado, seja
do tipo que for, de vê-las passar, de distanciar-se, a fim de bem compreender,
antes que isso aconteça, que isso é um Trabalho de Iluminação pela Vibração,
pela Luz Vibral, por algumas Entidades Multidimensionais que chegam pelo Canal
Mariano. Ou, recentemente, por URIEL que vem dar a sua Tocha Vibratória no
nível da Onda da Vida que está, eu lembro a vocês, cada vez mais multiforme na
sua manifestação. Mas, o importante não é analisar a sua manifestação no
momento em que isso é vivido. Podemos fazê-lo depois, com o jogo da
personalidade. No momento em que isso é vivido, o mais importante é nada fazer
(não intervir). É a única maneira de Ser. Está aí o que eu tinha que dar como
esclarecimento, eu o espero, sobre esta primeira questão.
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