Eu lhe agradeço imensamente pela criação do Autres Dimensions. A partir
de 2007, eu comecei a perceber as Vibrações e nenhum terapeuta que eu
consultei, na época, pôde me dizer o que acontecia comigo. As “respostas” me
chegavam através do site Autres Dimensions. Obrigada mais uma vez. Em 2011, eu
vivenciei um sentimento de Alegria sem objeto. Eu estava, então, grávida. Desde
dezembro de 2012, houve uma dificuldade crescente de me abandonar e de
abandonar o Si. Uma decodificação que eu havia solicitado em 2012 especificava
que restava um Último bloqueio para abandonar o Si (no qual eu não estou
instalada). Eu me sinto perdida, eu pratico o protocolo sobre o apego da
personalidade a ela mesma.
Eu percebo, às vezes, tremores no peito ou no corpo todo, bem como muitas
Vibrações (as Estrelas, as Portas,...) e o Canal Mariano juntamente com
Presenças à minha esquerda, a qualquer hora do dia. Entretanto, hoje eu tenho a
sensação de que eu preciso parar com tudo isso, eu me sinto desanimada porque
eu tomo consciência de que eu estou procurando e eu não tenho mais vontade de
procurar. O ditado “quem procura, acha” parece falso hoje. Como saber “quem”
está desanimado? Ainda na volta do Ego? Obrigada por me explicar.
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Então, eu quero lhe dizer que tudo o que você descreve são os sintomas
da Infinita Presença, quer seja a percepção das Portas, o Despertar da Kundalini,
o Canal Mariano, o Charan Amrita (ou Onda da Vida), então,
onde está errado? E você demonstra assim que podemos viver ainda hoje esses
sintomas, esses sinais sem, no entanto, ser Absoluto, sem, no entanto, estar na
Alegria, sem estar na serenidade, sem estar na Paz, o que parece ser o seu
caso. Bem, é muito simples, muito simples, extremamente simples e tão simples
que muitos de nós efetivamente não vemos isso, é que quando há esses mecanismos
Vibratórios, não é questão de procurar seja o que for, muito pelo contrário, é
questão, eu repito, de permanecer tranquilo, de fazer silêncio, de se
desidentificar do papel de ator, do papel de espectador, do papel de
observador, e nada fazer (não intervir). É justamente o fato de procurar que
bloqueia, a partir do momento em que os marcadores do Último ou da Infinita
Presença estão aí, quer seja o Despertar da Kundalini, quer sejam
os Siddhis ou poderes da alma, sejam quais forem essas
percepções energéticas Vibratórias, vocês podem até mesmo ter vivenciado o
Despertar da Kundalini, e eu encontrei pessoas bem antes do
nascimento da Onda da Vida que tinham vivido o Despertar real da Kundalini e
que, no entanto, não estavam realmente na Alegria, da serenidade e na Paz. Por
quê? Porque essas pessoas, das quais aparentemente você faz parte, elas,
inconscientemente, ou no limite da consciência, têm necessidade de controlar, necessidade
de verificar, necessidade de avaliar, de comparar. Enquanto esses elementos
estiverem presentes, e isso apenas é, somente, uma atitude mental, bem, há
efetivamente resistência. Não há, no entanto, que culpar falando do ego, mas
simplesmente que vê-lo pelo que ele é, o ego é a resistência. Então, enquanto
esta Última Presença vivenciada por momentos, ou intensamente, como você o
descreve, não for abandonada, não no sentido de uma recusa, não no sentido de
uma negação, mas da Dissolução da própria pessoa, há presença desta
resistência. Então, não vale a pena ir trabalhar na causa, no por que de como
essas resistências estão aí, de encontrar uma causa kármica, de encontrar uma
deficiência em meio à personalidade, às emoções ou ao mental, mas simplesmente
de desprender-se disso, de abandonar isso, de mudar de ponto de vista, de
deixar-se ir para Ser. Deixar-se ir para Ser não é um caminho, não é uma
distância, mas é passar da distância à coincidência, é realmente uma questão de
olhar, já que o Absoluto sempre esteve aí, a Alegria e a Beatitude são a nossa
natureza e a nossa Essência. Assim, isso não é um postulado ou um conceito, mas
uma evidência. Então, como viver esta evidência? Bem, simplesmente vendo, sem
qualquer culpabilidade, o ego trabalhando. O ego estará sempre na justificação,
o ego estará sempre na memória, o ego estará sempre na projeção no futuro, o
ego estará sempre na necessidade de apropriação, de atribuição em relação a si
mesmo ou em relação ao outro, como eu falei na questão anterior.
É contra isso que é preciso não lutar, mas simplesmente ver, vê-lo pelo
que ele é, um jogo do eu e não ali se identificar. E você não tem que procurar,
enquanto você quiser procurar, mesmo vivendo esses estados Vibratórios, bem,
você será enganada pela sua própria personalidade. Você não tem, entretanto,
que condenar, você tem apenas que descontrair, você tem apenas que desaparecer
si mesma em meio às manifestações Vibrais que você descreve, não para torná-las
sua, não para vê-las, mas para ali fundir-se, ou seja, para desaparecer da
pessoa sem negá-la, sem desviá-la, mas ali se infiltrando. É deste modo que
vocês vão chegar, como disse Air, a se descolar do que adere à sua pele, por
assim dizer, a pele sendo o limite da encarnação, a energia adere à nossa pele,
a memória adere à nossa pele, os apegos aderem à nossa pele. Mas os apegos são
apenas resistências e por trás de quaisquer resistências, há o medo. O medo,
ele está visceralmente inscrito, como eu disse, no reflexo de sobrevivência que
está ligado ao cérebro arcaico, ao cérebro reptiliano, no qual nós não temos
como agir. Tentem parar de respirar, vocês vão ver que depois de certo tempo,
mesmo se vocês quiserem continuar sem respirar mais, bem, os centros, os
núcleos de reflexo da respiração no nível do tronco cerebral, atrás do cérebro,
logo terão feito desencadear uma descarga de adrenalina, assumindo a
retransmissão da sua respiração consciente. Então, tudo isso é preciso ver, sem
negá-lo já que isso faz parte da realidade, mesmo sendo uma ilusão, mas de
preferência servir-se disso, e a única maneira de ali se servir é descolar-se,
passar disso para ir além. Mas este episódio, não o concebam como um
deslocamento, é justamente uma imobilidade perfeita, é justamente neste
silêncio, nesta imobilidade, nesta tranquilidade que vai se manifestar, de
algum modo, a Graça. Nós somos a Graça, mas enquanto nós estivermos na
personalidade, eu posso dizer que a Graça é efêmera, que ela corresponde a uma
luta, que ela corresponde a um esforço. Mas viver a Graça, Ser a Graça e
permanecer nela, na nossa Eternidade, é tudo exceto um esforço, é uma
simplicidade e é uma capitulação, ou seja, mais uma vez, não uma negação, mas a
verdadeira Transcendência. Então, esta verdadeira Transcendência, ela
necessita, mais do que nunca, desta Humildade, desta Simplicidade, deste
Caminho da Infância de que falou Teresa do Menino Jesus, mas podemos tomar
múltiplas referências, isso é fazer desaparecer, não por um esforço do mental
ou até mesmo da consciência, os diferentes véus da ignorância e do
conhecimento, para encontrar-se nu. Encontrar-se nu é, justamente, não mais ter
ponto de referência seja do que for, não mais ter referência de um passado, não
mais ter referência de um futuro, então, uma vez mais, isso não é, como dizer,
passar ou renegar seja o que for, mas integrá-lo para transcendê-lo, para
atravessá-lo, para integrá-lo em meio ao que nós somos, ou seja, a Graça, ou
seja, a Luz, ou seja, o Amor, ou seja, o Parabrahman.
Hoje, mais do que nunca, há duas coisas essenciais, além da Humildade e
da Simplicidade, mas que estão associadas, porque esta Dança apenas pode
acontecer se houver Silêncio e Humildade, assim como o Silêncio apenas pode
acontecer se houver Simplicidade. São as duas Portas que foram nomeadas, no
nível do peito, Humildade e Simplicidade, ou AL e UNIDADE, se vocês preferirem,
mas que correspondem perfeitamente a este conceito de Dança e de Silêncio, que
estão no mesmo tempo, no mesmo espaço, ou seja, em todos os tempos, em todos os
espaços, porque estão situados fora do tempo e fora do espaço. E isso é
realizável a partir do momento em que capitulamos, a partir do momento em que
rendemos as armas. Então, sim, há um problema de coincidência entre os seus
mecanismos Vibratórios (Vibrais), que são reais, e a sua personalidade. E aí, o
mais difícil de compreender é que vocês nada têm que procurar, que vocês nada
têm que saber, que vocês nada têm que perguntar, que vocês apenas têm que estar
lúcidos na Dança, no Silêncio e, naquele momento, a evidência irá lhes parecer como
elementar. Isso corresponde ao que disse CRISTO: « ninguém pode
penetrar o Reino dos Céus se não se tornar de novo como uma criança ».
Tornar-se de novo como uma criança é ter se despojado, evidentemente, do
mental, é estar na espontaneidade do instante, na inocência do instante. Então,
vocês vão me responder que, neste mundo, nada é inocente, eu concordo com
vocês, mas os espaços de que falamos nada têm a ver com este mundo, eles estão
em vocês e unicamente em vocês.
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