quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Não há nada a procurar

Eu lhe agradeço imensamente pela criação do Autres Dimensions. A partir de 2007, eu comecei a perceber as Vibrações e nenhum terapeuta que eu consultei, na época, pôde me dizer o que acontecia comigo. As “respostas” me chegavam através do site Autres Dimensions. Obrigada mais uma vez. Em 2011, eu vivenciei um sentimento de Alegria sem objeto. Eu estava, então, grávida. Desde dezembro de 2012, houve uma dificuldade crescente de me abandonar e de abandonar o Si. Uma decodificação que eu havia solicitado em 2012 especificava que restava um Último bloqueio para abandonar o Si (no qual eu não estou instalada). Eu me sinto perdida, eu pratico o protocolo sobre o apego da personalidade a ela mesma.
Eu percebo, às vezes, tremores no peito ou no corpo todo, bem como muitas Vibrações (as Estrelas, as Portas,...) e o Canal Mariano juntamente com Presenças à minha esquerda, a qualquer hora do dia. Entretanto, hoje eu tenho a sensação de que eu preciso parar com tudo isso, eu me sinto desanimada porque eu tomo consciência de que eu estou procurando e eu não tenho mais vontade de procurar. O ditado “quem procura, acha” parece falso hoje. Como saber “quem” está desanimado? Ainda na volta do Ego? Obrigada por me explicar.
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Então, eu quero lhe dizer que tudo o que você descreve são os sintomas da Infinita Presença, quer seja a percepção das Portas, o Despertar da Kundalini, o Canal Mariano, o Charan Amrita (ou Onda da Vida), então, onde está errado? E você demonstra assim que podemos viver ainda hoje esses sintomas, esses sinais sem, no entanto, ser Absoluto, sem, no entanto, estar na Alegria, sem estar na serenidade, sem estar na Paz, o que parece ser o seu caso. Bem, é muito simples, muito simples, extremamente simples e tão simples que muitos de nós efetivamente não vemos isso, é que quando há esses mecanismos Vibratórios, não é questão de procurar seja o que for, muito pelo contrário, é questão, eu repito, de permanecer tranquilo, de fazer silêncio, de se desidentificar do papel de ator, do papel de espectador, do papel de observador, e nada fazer (não intervir). É justamente o fato de procurar que bloqueia, a partir do momento em que os marcadores do Último ou da Infinita Presença estão aí, quer seja o Despertar da Kundalini, quer sejam os Siddhis ou poderes da alma, sejam quais forem essas percepções energéticas Vibratórias, vocês podem até mesmo ter vivenciado o Despertar da Kundalini, e eu encontrei pessoas bem antes do nascimento da Onda da Vida que tinham vivido o Despertar real da Kundalini e que, no entanto, não estavam realmente na Alegria, da serenidade e na Paz. Por quê? Porque essas pessoas, das quais aparentemente você faz parte, elas, inconscientemente, ou no limite da consciência, têm necessidade de controlar, necessidade de verificar, necessidade de avaliar, de comparar. Enquanto esses elementos estiverem presentes, e isso apenas é, somente, uma atitude mental, bem, há efetivamente resistência. Não há, no entanto, que culpar falando do ego, mas simplesmente que vê-lo pelo que ele é, o ego é a resistência. Então, enquanto esta Última Presença vivenciada por momentos, ou intensamente, como você o descreve, não for abandonada, não no sentido de uma recusa, não no sentido de uma negação, mas da Dissolução da própria pessoa, há presença desta resistência. Então, não vale a pena ir trabalhar na causa, no por que de como essas resistências estão aí, de encontrar uma causa kármica, de encontrar uma deficiência em meio à personalidade, às emoções ou ao mental, mas simplesmente de desprender-se disso, de abandonar isso, de mudar de ponto de vista, de deixar-se ir para Ser. Deixar-se ir para Ser não é um caminho, não é uma distância, mas é passar da distância à coincidência, é realmente uma questão de olhar, já que o Absoluto sempre esteve aí, a Alegria e a Beatitude são a nossa natureza e a nossa Essência. Assim, isso não é um postulado ou um conceito, mas uma evidência. Então, como viver esta evidência? Bem, simplesmente vendo, sem qualquer culpabilidade, o ego trabalhando. O ego estará sempre na justificação, o ego estará sempre na memória, o ego estará sempre na projeção no futuro, o ego estará sempre na necessidade de apropriação, de atribuição em relação a si mesmo ou em relação ao outro, como eu falei na questão anterior.

É contra isso que é preciso não lutar, mas simplesmente ver, vê-lo pelo que ele é, um jogo do eu e não ali se identificar. E você não tem que procurar, enquanto você quiser procurar, mesmo vivendo esses estados Vibratórios, bem, você será enganada pela sua própria personalidade. Você não tem, entretanto, que condenar, você tem apenas que descontrair, você tem apenas que desaparecer si mesma em meio às manifestações Vibrais que você descreve, não para torná-las sua, não para vê-las, mas para ali fundir-se, ou seja, para desaparecer da pessoa sem negá-la, sem desviá-la, mas ali se infiltrando. É deste modo que vocês vão chegar, como disse Air, a se descolar do que adere à sua pele, por assim dizer, a pele sendo o limite da encarnação, a energia adere à nossa pele, a memória adere à nossa pele, os apegos aderem à nossa pele. Mas os apegos são apenas resistências e por trás de quaisquer resistências, há o medo. O medo, ele está visceralmente inscrito, como eu disse, no reflexo de sobrevivência que está ligado ao cérebro arcaico, ao cérebro reptiliano, no qual nós não temos como agir. Tentem parar de respirar, vocês vão ver que depois de certo tempo, mesmo se vocês quiserem continuar sem respirar mais, bem, os centros, os núcleos de reflexo da respiração no nível do tronco cerebral, atrás do cérebro, logo terão feito desencadear uma descarga de adrenalina, assumindo a retransmissão da sua respiração consciente. Então, tudo isso é preciso ver, sem negá-lo já que isso faz parte da realidade, mesmo sendo uma ilusão, mas de preferência servir-se disso, e a única maneira de ali se servir é descolar-se, passar disso para ir além. Mas este episódio, não o concebam como um deslocamento, é justamente uma imobilidade perfeita, é justamente neste silêncio, nesta imobilidade, nesta tranquilidade que vai se manifestar, de algum modo, a Graça. Nós somos a Graça, mas enquanto nós estivermos na personalidade, eu posso dizer que a Graça é efêmera, que ela corresponde a uma luta, que ela corresponde a um esforço. Mas viver a Graça, Ser a Graça e permanecer nela, na nossa Eternidade, é tudo exceto um esforço, é uma simplicidade e é uma capitulação, ou seja, mais uma vez, não uma negação, mas a verdadeira Transcendência. Então, esta verdadeira Transcendência, ela necessita, mais do que nunca, desta Humildade, desta Simplicidade, deste Caminho da Infância de que falou Teresa do Menino Jesus, mas podemos tomar múltiplas referências, isso é fazer desaparecer, não por um esforço do mental ou até mesmo da consciência, os diferentes véus da ignorância e do conhecimento, para encontrar-se nu. Encontrar-se nu é, justamente, não mais ter ponto de referência seja do que for, não mais ter referência de um passado, não mais ter referência de um futuro, então, uma vez mais, isso não é, como dizer, passar ou renegar seja o que for, mas integrá-lo para transcendê-lo, para atravessá-lo, para integrá-lo em meio ao que nós somos, ou seja, a Graça, ou seja, a Luz, ou seja, o Amor, ou seja, o Parabrahman.

Hoje, mais do que nunca, há duas coisas essenciais, além da Humildade e da Simplicidade, mas que estão associadas, porque esta Dança apenas pode acontecer se houver Silêncio e Humildade, assim como o Silêncio apenas pode acontecer se houver Simplicidade. São as duas Portas que foram nomeadas, no nível do peito, Humildade e Simplicidade, ou AL e UNIDADE, se vocês preferirem, mas que correspondem perfeitamente a este conceito de Dança e de Silêncio, que estão no mesmo tempo, no mesmo espaço, ou seja, em todos os tempos, em todos os espaços, porque estão situados fora do tempo e fora do espaço. E isso é realizável a partir do momento em que capitulamos, a partir do momento em que rendemos as armas. Então, sim, há um problema de coincidência entre os seus mecanismos Vibratórios (Vibrais), que são reais, e a sua personalidade. E aí, o mais difícil de compreender é que vocês nada têm que procurar, que vocês nada têm que saber, que vocês nada têm que perguntar, que vocês apenas têm que estar lúcidos na Dança, no Silêncio e, naquele momento, a evidência irá lhes parecer como elementar. Isso corresponde ao que disse CRISTO: « ninguém pode penetrar o Reino dos Céus se não se tornar de novo como uma criança ». Tornar-se de novo como uma criança é ter se despojado, evidentemente, do mental, é estar na espontaneidade do instante, na inocência do instante. Então, vocês vão me responder que, neste mundo, nada é inocente, eu concordo com vocês, mas os espaços de que falamos nada têm a ver com este mundo, eles estão em vocês e unicamente em vocês.


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