A Onda da Vida está presente em mim desde o começo.......... Eu vivo,
desde então, períodos de várias horas, por vezes tardes inteiras, onde as
Vibrações são intensas, às vezes dolorosas, a Coroa Radiante da cabeça me
comprime como um torno, e tudo é por vezes intercalado entre maravilhosos
Êxtases. Eu não posso me mover no momento, estando como em “estase”. O retorno
ao que chamamos de realidade é, por outro lado, bastante difícil, e eu tenho um
tamanho cansaço desta encarnação .......... !!!
O que eu devo fazer para abandonar o Si? Eu sei que eu sou Absoluta, é a
única coisa que tem feito sentido para mim, mas eu ainda não o vivo, isso não
se manifestou para mim. Maria especificou que tudo ia passar entre maio e
outubro, o que isso significa?
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Bem, a sua pergunta, junta-se exatamente ao articulado nas perguntas
anteriores. Vocês têm, como diria BIDI, um saco de comida, se vocês preferirem
uma denominação melhor, vocês têm o Templo corporal que vive mecanismos
Vibratórios muito intensos, vocês vivem, vocês mesmos, momentos de Êxtase que
lhes parecem maravilhosos, e o problema, como você mesma diz, é voltar à
realidade. Por quê? Porque você fala de cansaço, enquanto você estiver
cansada desta encarnação, enquanto você não tiver aquiescido, na totalidade, a
esta encarnação, você não poderá se estabelecer no que você é realmente,
porque, ainda uma vez, o cansaço reflete, ou uma renúncia, ou, em todo caso,
mesmo sendo uma renúncia, uma forma de resistência. Você não deve, e nós não
devemos, resistir à vida sobre este mundo. Isso é, em princípio, um paradoxo,
ou seja, nós nos propomos a viver a Última Presença, o Si, o Despertar, a
Liberação, mas, se a um dado momento, no momento desta busca que não é uma,
houver em você a necessidade de se evadir, um cansaço, você dá oportunidade à
tomada do ego nesse elemento. Isso significa que você vai continuar a viver as
Vibrações, você vai continuar a viver os Êxtases, perfeitamente reais e autênticos,
momentos de intensa Beatitude, mas, como você mesma diz, você volta à
realidade. O objetivo, a finalidade não é viver isso durante o sono ou na
meditação, mas é vivê-lo durante as vinte e quatro horas. Como você pode viver,
durante as vinte e quatro horas, a saída do tempo enquanto houver esta ideia de
cansaço, enquanto houver esta ideia de querer acabar, seja com o que for,
afinal? Não! Isso não é acabar com a personalidade, com o complexo inferior,
isso não é deixá-lo comandar, não é mais ele que dirige, mas é a Graça que
vocês são. Então, enquanto você tiver este percebimento de voltar à realidade,
isso é um pouquinho, se você quiser, como as pessoas que fazem uma experiência
de saída do corpo sem ir até a Luz e que retornam neste corpo.
E eu garanto a você que quando retornamos neste corpo sem ter estado no
fim do fim, ou seja, no que há além da Luz, que chamamos de Ain Soph
Ohr ou de Absoluto, se vocês quiserem, o que está além d’A FONTE,
sempre haverá esta sensação de cansaço, sempre haverá esta sensação de ir e
vir, que pode ser efetivamente detestável de viver, porque a personalidade não
compreende por que existem momentos de Êxtase, por que existem momentos de
dificuldades, por que existem momentos de alegria e por que existem momentos de
sofrimento, então, isso não está estabilizado, são as experiências, são os
estados, mas lembrem-se de que o Absoluto não é um estado. Então, para isso, é
preciso, no nível da própria personalidade ou nesses momentos de pré-estase,
digamos, remover qualquer negação do ilusório, o ilusório deve ser visto pelo
ilusório, isso não significa eliminá-lo. O mental é útil para vocês, para
cozinhar, para dormir, para fazer amor, para escrever. Mas o mental, a
formulação dos pensamentos, não deve ser o seu mestre. Vocês sabem que, quando
vocês vivem esses momentos de Êxtase, não há mais pensamento, não há mais
emoção e, às vezes, até mesmo não há mais ninguém. Mas quando vocês retornam, a
pessoa volta e, se nesta pessoa vocês tentarem reviver o que acaba de passar,
nesse retorno, vocês mesmos irão criar uma resistência, sem vê-la. Então, não
mais resistir, isso significa nada mais lastimar, é aceitar as condições deste
mundo, da sua vida, da sua saúde, da sua doença, mas não é estar identificado
com isso.
Então, é claro, para o ego, a palavra desidentificação dá medo, é normal
que dê medo, mas no seu caso, não há, no caso que você menciona, o seu, é
simplesmente esta sensação de ir e de voltar que prolonga esse cansaço, porque,
quando vocês provaram o paraíso, o Êxtase, quando vocês vivenciaram um Samadhi,
uma estase, quando vocês vivenciaram uma Beatitude completa, jamais lhes foi
pedido para permanecer na Beatitude durante as vinte e quatro horas. Se esse
fosse o caso, porque esse foi o caso para alguns seres como Ma Ananda Moyi que
ficava durante anos nesse Maha Samadhi, vocês não iriam se
preocupar em sabê-lo ou em procurá-lo, isso iria se instalar naturalmente.
Então, se você volta, como você diz, à realidade, significa que ainda há uma
pequena distância entre a realidade e a Verdade. Cabe a você deixar manifestar,
expor, transmutar esta lagarta, este corpo, pela energia da crisálida e da
borboleta, a fim de, apesar de tudo, e principalmente apesar de tudo, viver na
realidade comum, não mais o cansaço, mas a Alegria. Você se nutre, e todos nós
nos nutrimos desses estados de estase, de Paz, da Onda da Vida, do Canal
Mariano, da Presença de MARIA, da Comunhão com um Irmão ou uma Irmã em
encarnação, mas tenha cuidado para que este alimento não se torne um vício,
porque não é questão de tornar um vício como uma droga, mas, sim, de tornar-se
isso, e não há melhor terreno para atuar senão a realidade. Viver o Êxtase,
viver o Samadhi, viver a Paz, viver a Alegria pode muito bem
ocorrer cozinhando, guiando um veículo, tendo preocupações, tendo problemas,
porque, naquele momento, como o basculamento aconteceu completamente, não há
mais passagem de um estado a outro, há integração, há Transcendência real, há
estabelecimento em meio à nossa Natureza eterna. A personalidade sempre está
aí, ela assume, por vezes, a dianteira, mas vocês jamais são vítima disso, ou
seja, não há mais essa sensação de iôiô, não há mais essa sensação de ir e vir
entre a personalidade, o Absoluto, a Última Presença, o Si, o sonho, o sono, há
uma única e exclusiva Verdade que engloba a realidade ilusória deste mundo, e
aí, naquele momento, vocês estão, real e concretamente, no que vocês São de
toda Eternidade.
Então, efetivamente, podemos imaginar que a repetição das experiências,
dos basculamentos de estado a estado, vai favorecer o seu estabelecimento na
Verdade e no Absoluto que vocês São, que nós Somos. Não há nada mais falso
porque, por passar de um estado a outro, poderíamos acreditar que, na maioria
das pessoas, haveria um alargamento desta via de passagem, que haveria uma
facilitação, mas a experiência é totalmente outra. Para muitas pessoas, e eu
não tenho estatística, nem nomes, mas é preciso estar consciente disso, o fato
de passar de um a outro, ou seja, da personalidade ao Absoluto, na mesma realidade
de vida de todos os dias, não é certamente a melhor maneira de ir para a
simplicidade, porque essa passagem, em si mesma, não somente não expande o
caminho, já que não existe caminho, mas vai, muitas vezes (não sempre)
fortalecer as suas próprias resistências. Então, chegamos a uma espécie de
paradoxo onde há nesta pergunta, como em outras perguntas, pessoas descrevendo
mecanismos Vibratórios intensos, momentos de estase reais, momentos de passagem
na Infinita Presença, contatos maravilhosos com outras realidades dimensionais,
e a dificuldade de permanecer em meio a esta realidade.
Novamente, isso não é um paradoxo, simplesmente, nesse caso, há algo que
não foi visto, que não foi fusionado, que não foi dissolvido por essas idas e
vindas. Então, aí, esqueça-se de si mesma, como gritava BIDI, como Nisargadatta
fez durante a sua vida, fazendo as pessoas saírem da sala, perguntando o que
elas estavam fazendo ali, Omraam Mikaël Aïvanhov dizendo em algumas
intervenções: “ocupem-se das suas nádegas”, não há qualquer agressão nisso,
exceto para a personalidade, mas isso apenas faz remeter ao estado permanente.
Quando eu leio em alguns fóruns, em alguns e-mails que as pessoas enviam de uma
para outra, e que essa passagem nem sempre é bem vivenciada porque justamente
entramos nesse quadro de representações, ou seja, por querer estar em um,
depois no outro, e isso ocorre, algumas vezes, espontaneamente, ficamos
habituados com esta dicotomia, com esta tricotomia, ou seja, temos a impressão
de ser, ou um, ou outro, ou ainda um outro. Mas não! Há apenas uma realidade, é
a única Verdade e ela engloba tudo, ou seja, não há um momento de ‘eu sou o
Absoluto’, um momento de ‘eu sou o Si’, para um momento de ‘eu sou a
personalidade’. Se você permanecer nesta dinâmica, você não está nem no
silêncio, nem na dança, nem na evidência, mas você permanece, aqui e ali, em
alguma forma de dualidade.
Então, é claro, isso não é desagradável em si já que, a partir do
momento em que você vive, mesmo por intermitência, esses processos de
consciência e esses processos Vibratórios, você é liberada e você mesma diz ‘eu
sei que eu sou Absoluto’, sim, todos nós somos Absolutos. Simplesmente você se
coloca em uma situação de desconforto por essas idas e vindas incessantes. Há
um dado momento em que você compreende que não são idas e vindas, simplesmente
é um ponto de vista que muda, e quando o ponto de vista muda, eu não vou me
colocar, por exemplo, em estase guiando um carro. Eu tive uma experiência
infeliz, em 2008 ou 2009, de conversar com o meu Anjo Guardião ao volante, eu
acabei de cabeça para baixo em um rio, quase me afogando. Então, há momentos
para guiar, há momentos para estar em estase, mas você pode ser, a qualquer
momento, os três ou os quatro, ao mesmo tempo, jamais foi dito que vocês eram
ou Absoluto, ou a personalidade, ou o eu, vocês são tudo isso ao mesmo tempo. É
isso que é preciso viver, é isso que é preciso apreender, não há qualquer
diferença, não há qualquer diferença de consciência quando se está realmente
estabelecido no fato de guiar um carro, de ir dançar na discoteca, de fazer
amor ou de meditar com a Onda da Vida, é exatamente a mesma coisa.
Então, compreenda bem que através da sua pergunta, você é Absoluto, mas
se você descreve esta ideia de retorno, significa que você foi a algum lugar,
mas não é questão de ir a algum lugar, é questão de permanecer Aqui e Agora.
Esse vai e vem da consciência, esse deslocamento aparente da consciência, ele
não existe, isso é uma integração de todos os aspectos da consciência que foi
desenvolvido, eu creio, por Maharshi (Um Amigo), que é a consciência da
vigília, a consciência do sono, a consciência do despertar, a consciência Turiya e
o Absoluto, tudo isso na mesma verdade, no mesmo espaço, no mesmo tempo, que
está além de todo o tempo e de todo o espaço. A vida neste mundo, a vida nesta
prisão, não permite sair da prisão, exceto compreender que não há prisão e
estar ao mesmo tempo nesta prisão, ao mesmo tempo no aperfeiçoamento desta
prisão, mas, isso, ao mesmo tempo que vocês são todo o resto. Isso significa
que enquanto vocês fizerem uma distinção e que vocês viverem uma distinção
entre o Absoluto, a personalidade, o Si, a Última Presença, tudo o que eu posso
dizer é que vocês estão efetivamente liberados no propósito, mas ser Liberado
Vivente, isso não é ser enganado por algum estado, por quaisquer manifestações
Vibratórias ou da própria consciência, permaneçam e fiquem imóveis, sejam quais
forem os eventos da consciência, sejam quais forem os acontecimentos da sua
vida, dos mais felizes aos mais detestáveis e desagradáveis.
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